domingo, 30 de março de 2008


O rei Gilgamesh

Recontado or Ludmila Zeman Tradução de Sérgio Capparelli


Há muito tempo, nas terras da Mesopotâmia, um rei hamado Gilgamesh foi mandado pelo deus Sol para governar a cidade de Uruk.
Gilgamesh era parte deus e parte homem. Ele parecia humano, mas não sabia o que era ser humano. Ele tinha poder e riqueza, sem ser feliz. Tinha tudo, menos amigos. Vivia sempre sozinho. Por isso tornara-se amargo e cruel.
Um dia, ele decidiu mostrar quanto era forte e poderoso e fazer as pessoas se lembrarem dele para sempre.
Gilgamesh ordenou, então, que fosse construída uma grande muralha em volta da cidade. Mandou que os homens deixassem seus trabalhos e suas famílias para trabalharem na construção. Fez com que as mulheres trouxessem a comida. As crianças foram afastadas para que ninguém perdesse tempo brincando com elas. No início, o povo ajudou de boa vontade. O rei deveria ter boas razões para querer a muralha. Estaria algum inimigo planejando atacar a cidade?
A muralha ficava cada vez mais alta. E as pessoas, mais inquietas. Que tamanho deveria ter? Já estava mais alta do que qualquer muralha no mundo, mas assim mesmo Gilgamesh exigia que os trabalhos prosseguissem dia e noite. Os homens desmaiavam de fome e de cansaço. A comida ficava escassa. Todos imploravam misericórdia, suplicando que Gilgamesh parasse, mas ele não os escutava. No desespero, rezaram, pedindo que o deus Solos ajudasse.
O deus Sol ouviu as preces e ordenou a criação de um outro homem tão forte quanto Gilgamesh. Seu nome era Enkidu. Ele foi feito de barro. Já que Gilgamesh nada tinha aprendido vivendo entre as pessoas, Enkidu foi enviado para viver com os animais da floresta. Logo que ele conheceu os animais, aprendeu a cuidar deles. Mas não conhecia a bondade humana porque nunca tinha visto outra pessoa.
Enkidu não gostou do primeiro homem que viu. Era um caçador perseguindo animais na floresta, para matá-los. Por que alguém faria isso? - perguntou-se Enkidu. Ele correu para ajudar seus amigos. Derrubou o caçador de seu carro e socorreu os animais machucados. O caçador voltou corren­do para Uruk a fim de avisar Gilgamesh sobre o novo perigo da floresta. Ele chamou Enkidu de" o homem mais forte do mundo".
Gilgamesh ficou furioso. "Não existe ninguém mais forte do que eu", disse. "Tragam até mim essa criatura que eu vou provar o que estou falando. Vou destruí-Ia na frente de todo o povo de Uruk." O caçador disse que não poderia capturar sozinho um selvagem tão forte. "Então", disse Gilgamesh, "vamos dar um jeito dele vir até aqui. Chamem a cantora Sharnhat. Deixem que ela o atraia para cá com seu charme e sua música.”
Todo mundo dizia que a única pessoa em Uruk que não gostava de Shamhat era Gilgamesh, e isso era uma prova de que ele não gostava de ninguém. Ela era a mulher mais bonita da cidade e a mais refinada cantora do templo. Mas será que ela poderia acalmar aquele selvagem? O caçador não queria voltar à floresta para ser feito de bobo mais uma vez, mas ele não ousou discutir com Gilgamesh nem desobedecê-Io.
O caçador levou Shamhat até o lugar da floresta em que tinha visto Enkidu pela última vez. Deixou-a sozinha e fugiu de volta à cidade. Quando a noite caiu, Shamhat tocou sua harpa e can­tou na escuridão. Sua voz espalhou um feitiço pela floresta. Enkidu foi atrás do som e parou atrás de uma árvore. Ele nunca tinha visto algo tão encantador. Aproximou-se de Shamhat devagar, para não assustá-la.
Shamhat viu Enkidu e parou de cantar. Ele parecia mais uma fera do que um homem, mas ela sabia que ele não iria machucá-Ia. Nunca ninguém tinha olhado para ela com tanta ternura. Nos dias que se seguiram, Shamhat ensinou-o a falar e a cantar, e apaixonou-se por ele. Eles explo­raram os caminhos do amor, e Enkidu prometeu ficar com ela para sempre.
Shamhat tinha medo. Enkidu não devia se aproximar da cidade de Uruk, onde Gilgamesh o esperava, para destruí-Io. Mas ,Enkidu recusou-se a escutá-Ia. Ele não sentia medo. Lutaria até a morte por ela.
O mais triste para Enkidu foi deixar seus amigos animais. Eles reuniram -se para a despedida. Não conseguiam entender por que Enkidu os abandonava, e ele não podia dar nenhuma explicação.
Todo dia, da manhã até o anoitecer, Gilgamesh olhava da sua torre, no alto da grande muralha de Uruk, esperando a volta de Sharnhat. Todos na cidade tinham ouvido falar sobre o selvagem que poderia vir da floresta e salvá-Ios do seu rei cruel. Gilgamesh sabia o que eles estavam pensando. Ele iria matar o estranho na frente de todos os habitantes de Uruk para que ninguém pensasse em esafiar seu governo.
Shamhat estava preocupada. Enkidu conseguiria vencer Gilgamesh? O que as pessoas pensariam daquela estranha criatura? Para que ele se parecesse mais com os outros homens, ela cortou o cabelo dele e rasgou um pedaço do seu vestido para cobri-Io. Mas Enkidu continuou usando a coroa de chifres em memória de seus amigos, os animais. Shamhat apontou para Uruk ao longe. Enkidu ficou impressionado. Nunca tinha imaginado quanto uma cidade poderia ser bonita.
Na manhã seguinte, o povo reuniu-se para ver Shamhat e Enkidu aproximando-se da porta da cidade. Gilgamesh tinha ordenado que o trabalho na muralha fosse suspenso durante esse dia, para que todo mundo pudesse assistir a sua vitória. Ele ficou em cima da muralha e gritou para Enkidu: "Eu sou o rei desta cidade e destas pessoas! Ninguém entra sem minha permissão! Desafio-te a vir aqui e lutar comigo!Z'Enkidusubi na muralha."Estou pronto!"- gritou em resposta.
Foi a luta mais assustadora que o povo de Uruk tinha visto. Lutaram durante horas. A terra tremeu, e um raio passou pelo céu, como se os próprios deuses estivessem lutando para controlar o mundo. Gilgamesh e Enkidu tinham forças iguais e nenhum dos dois estava ganhando. Então, ) de repente, Gilgamesh tropeçou numa pedra solta, perdeu o equilíbrio e caiu na beira da muralha.
Tudo aconteceu de maneira tão rápida que as pessoas não podiam acreditar no que viam. Para o espanto de todos, Enkidu debruçou-se sobre a muralha, pegou Gilgamesh pelo braço e puxou-o, até que estivesse em segurança. Por quê? Enkidu tinha vencido. Por que ele salvaria alguém que estava tentando matá-Io?
Gilgamesh voltou a ficar de pé em cima da muralha, encarando Enkidu. Todo mundo que os observava prendeu a respiração. Gilgamesh deu um passo na direção de Enkidu, parou, abriu os braços e o abraçou. O rei compreendeu finalmente o que era ser humano. Não estava mais sozi­nho. E tinha achado um amigo.
As festas duraram muitos dias.
Shamhat foi escolhida para conduzir o maior desfile que já acontecera em Uruk. Gilgamesh e Enkidu, agora irmãos, olhavam e acenavam do alto da grande muralha.
Gilgamesh ordenou que o trabalho na muralha fosse interror,npido para sempre. Pais e mães ficaram juntos de novo e dançaram com seus filhos nas ruas. Gilgamesh convidou todo mundo para um grande banquete.
Uma nova paz reinou em Uruk. Em noites calmas, Shamhat gostava de navegar pelo rio com Enkidu e de ficar escutando os planos que ele fazia com Gilgamesh para tornar a cidade um lugar mais feliz. Então ela tocava sua harpa e cantava para eles, orgulhosa de tê-Ios feito ficar juntos. Como sua voz flutuasse sobre as águas, as pessoas de Uruk paravam para escutar. E ficavam agradecidas.
ZEMAN, Ludmila. o rei Gilgamesh. Trad. Sérgio Capparelli. Porto Alegre: Projeto, 1992.

A ESCOLA

A ESCOLA

"Escola é...
o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas, quadros,
programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda,
que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
o aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um
se comporte como colega, amigo, irmão.
Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
que não tem amizade a ninguém
nada de ser como o tijolo que forma a parede,
indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se ‘amarrar nela’!
Ora , é lógico...
numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se,
ser feliz."


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Este vídeo é um pedido

Gostaria que você assistisse este vídeo e desde então se sentisse convocado a tentar renovar a espécie humana. Acredito que podemos fazer tudo isso, simplesmente por acreditar em Deus, no meu filho e nos meus queridos alunos. Um grande BEIJO!!!